21 de julho de 2010

Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe q doerá muito mais - por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia - qualquer coisa q depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada e que esse nada seja áspero como um tempo perdido. Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou quase certa q desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu quase tenho certeza q insistir naquilo vai me fazer sofrer, q insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, q pode não ser do jeito q eu queria q fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. Talvez loucura, medo, eu diria covardia, loucura quem sabe!



                       Caio Fernando Abreu

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Palavra?